De acordo com a Bíblia, um homem deve cumprir quaisquer juramentos
que ele faça a Deus. Ele não pode quebrar a sua palavra. Por outro lado, o
juramento de uma mulher não cria necessariamente uma obrigação para
ela. Deve ser aprovado pelo seu pai, se ela está morando em sua casa, ou
por seu marido, se ela for casada. Se um pai/marido não endossa os
juramentos de sua filha/esposa, todas as garantias feitas por ela tornam-se
nulas e inócuas: "Mas, se seu pai a proíbe quando ele a ouve fazer o
juramento, nenhum de seus juramentos ou garantias pelas quais ela se
obrigava, permanecerão ... Seu marido pode confirmar ou anular qualquer
juramento que ela faça ou qualquer garantia prometida para negar-lhe"
(Números 30:2/15).
Por que a palavra de uma mulher não a sujeita de per si? A resposta é
simples: porque ela é propriedade de seu pai, antes do casamento, ou de
seu marido após o casamento. O controle paterno sobre sua filha era
absoluto até o ponto em que, se ele o desejasse, poderia vendê-la! Está
indicado nos escritos dos rabinos que: "O homem pode vender sua filha,
mas a mulher não pode vender sua filha; o homem pode contratar
casamento para a sua filha, mas a mulher não pode fazê-lo para sua
filha". (1). A literatura rabínica também indica que o casamento
representa a transferência de controle do pai para o marido: "o noivado,
fazendo da mulher a posse sacrossanta - a propriedade inviolável -- do
marido ..."; Obviamente, se a mulher é considerada propriedade de
alguém, ela não pode dar qualquer garantia que seu dono não aprove.
É de interesse notar que esta instrução bíblica, relativa aos juramentos
das mulheres, teve repercussões negativas sobre as mulheres judias e
cristãs até o início deste século. Uma mulher casada, no mundo ocidental,
não tinha status legal. Nenhum ato seu tinha qualquer valor legal. Seu
marido podia repudiar qualquer contrato, comércio ou negócio feito por
ela. As mulheres no ocidente (as maiores herdeiras do legado judaico-cristão) eram tidas como incapazes de cumprir contratos porque elas
eram praticamente a posse de alguém. As mulheres ocidentais sofreram
por quase 2 mil anos por causa da postura bíblica em relação à posição da
mulher, vis-a-vis seus pais e maridos (2).
No Islam, o juramento de cada muçulmano, homem ou mulher, o/a
sujeita. Ninguém tem o poder de repudiar as garantias de quem quer que
seja. Falhar na manutenção de um juramento solene, feito por um homem
ou uma mulher, tem que ser expiado conforme indicado no Alcorão: "Ele
(Deus) vos chamará pelos vossos juramentos deliberados: como
expiação, alimentai dez pessoas indigentes, da maneira como alimentais
vossa família,. ou vesti-os, ou libertai um escravo. Se isso estiver além de
vossas posses, jejuai por 3 dias. Esta é a expiação para os vossos
perjúrios. Mantenham, pois, vossos juramentos" (5:89).
Os companheiros do Profeta Muhammad, homens e mulheres,
costumavam apresentar seus juramentos de submissão a ele
pessoalmente. As mulheres, tanto quanto os homens,vinham livremente
até ele e prestavam seus juramentos: "Ó Profeta, quando as mulheres
crentes vierem a ti para fazer um acordo contigo de que elas não
atribuirão parceiros a Deus, nem roubarão, ou fornicarão, ou matarão
seus próprios filhos, não matarão ninguém, nem desobedecerão a ti em
qualquer assunto, então tome este compromisso com elas e peça a Deus o
perdão para os pecados delas. Na verdade, Deus é Perdoador e o mais
Misericordioso (60:12).
Um homem não pode fazer um juramento por conta de sua filha ou
esposa. Nem pode um homem repudiar o juramento feito por quaisquer
de suas parentes femininas.
Fonte: A mulher no Islam المراه في الإسلام
Fonte: A mulher no Islam المراه في الإسلام
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Swidler, op. cit., p. 141.
2. Matilda J. Gage, Woman, Church, and State (New York: Truth
Seeker Company, 1893) p. 141.
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