segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Pontos Interessantes Sobre o Mês de Al-Muharram

بِسْمِ اللهِ الرَّحْمٰنِ الرَّحِيْمِ 

Em Nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

1️. É o primeiro mês do calendário Hijri. Os companheiros escolheram-no para ser o primeiro mês do ano durante o califado de ‘Umar. [Fathul Baari e mencionado pelo Shaykh Fawzaan no seu sermão “Fadl Shahr Muharram"]

2. O Profeta (que Allah eleve a sua posição e lhe conceda paz) descreveu-o como sendo o “Mês de Allah”. [Muslim, a partir do hadith narrado por Abu Hurairah]

3. É chamado de “Mês de Allah” para demonstrar a sua nobreza e virtude, já que Allah não atribui nada a Si mesmo exceto como forma de destacar o seu valor.

4️. É um dos quatro meses proibidos do ano:


إِنَّ عِدَّةَ الشُّهُورِ عِنْدَ اللَّهِ اثْنَا عَشَرَ شَهْراً فِي كِتَابِ اللَّهِ يَوْمَ خَلَقَ السَّمَوَاتِ وَالأَرْضَ مِنْهَا أَرْبَعَةٌ حُرُمٌ

“Por certo, o número dos meses, junto de Allah, é de doze meses, conforme está no Livro de Allah, desde o dia em que Ele criou os céus e a terra. Quatro deles são sagrados (...).” [Sura At-Tawba:36]

Estes quatro meses são: Dhul Qa’dah, Dhul Hijjah, Al-Muharram, e Rajab.

5️. Al-Muharram significa “proibido, sagrado e digno de grande respeito”. É também chamado de Al-Asam devido à ênfase na sua sacralidade. [Lataa’if: 83]

Hasan al-Basri disse,

{إنَّ الله افتتح السنة بشهر حرام، وختمها بشهر حرام، فليس شهر في السنة بعد شهر رمضان أعظم عند الله من المحرَّم}

"De fato, Allah iniciou o ano com um mês proibido (Al-Muharram), e terminou-o com um mês proibido (Dhul Hijjah). Depois do Ramadan, não há nenhum outro mês do ano maior com Allah do que o mês de Al-Muharram.”

6. Allah proibiu a opressão nestes meses. Ele disse:

{فَلَا تَظۡلِمُواْ فِيہِنَّ أَنفُسَڪُمۡ‌ۚ}

“Então, não sejais, neles, injustos com vós mesmos (...).” [Sura At-Tawbah:36]

Isto mostra a ênfase nos pecados durante estes meses mais do que em qualquer outro mês. Portanto, o castigo para estes pecados será também maior.

Qataada disse,

{الظلم في الأشهر الحرم أعظم خطيئة ووزرًا من الظلم فيما سواها، وإن كان الظلم على كل حال عظيمًا، ولكن الله يعظم من أمره ما يشاء}

“A injustiça durante os Meses Sagrados é pior e mais grave do que a injustiça nos outros meses. Certamente, a injustiça é sempre condenável, porém Allah torna algumas coisas mais graves do que outras conforme Ele quer.” [Ibn Kathir]

7. Glorifica os primeiros dez dias deste mês. Abu ‘Uthman An-Nahdi disse:

{كانوا يعظمون ثلاث عشرات: العشر الأخيرة من رمضان، والأول من ذي الحجة، والأول من محرم}

“Eles (os antecessores) glorificavam os três dez (dias): os últimos dez dias de Ramadan, os primeiros dez dias de Dhul-Hijjah e os primeiros dez dias de Al-Muharram.” [Lataa’if: 84]

8. É recomendável jejuar bastante neste mês.

Abu Hurairah (que Allah esteja satisfeito com ele) relatou: O Mensageiro de Allah (que Allah eleve a sua posição e lhe conceda paz) disse:

“O melhor mês para se jejuar após o Ramadan é o mês de Al-Muharram.” [Muslim]

9. É extremamente recomendado jejuar o 10º dia, o dia de ‘Ashura, porque o Profeta disse:

“Creio que Allah perdoará os pecados do ano anterior em troca do jejum de ‘Ashura.” [Muslim, narrado por Abu Qataada]

10. É altamente recomendado jejuar o 9º ou o 11º dia juntamente com o 10º dia de forma a diferenciar-se dos Yahood [judeus]. O Mensageiro de Allah (que Allah eleve a sua posição e lhe conceda paz) disse:

“Se eu viver até ao próximo (ano), definitivamente jejuarei no 9º dia...” [Muslim, narrado por Ibn ‘Abbas]

11. Foi neste mês que Allah concedeu vitória ao Profeta Musa (que a paz esteja com ele) e à sua nação sobre o Faraó.

12. O neto do Profeta, Hussain (que Allah esteja satisfeito com ele) foi martirizado no 10º dia na planície de Karbala.

13. A história do Elefante e da derrota de Abraha teve lugar durante este mês. [o livro “The Sealed Nectar (Ar-Raheequl-Makhtum)”]


Fonte: Trying to Follow the Salaf

Condições do Hijab

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Como é o Hijab correto de uma mulher muçulmana? Porque é que ela tem que o usar? E como é que tem que o usar?

“Ó Profeta! Diz às tuas mulheres e às tuas filhas e às mulheres dos crentes que cubram com as suas vestes (Jilbab) todos os seus corpos. Isso é mais adequado, para que sejam reconhecidas (como muçulmanas respeitáveis) e não sejam molestadas. E Allah é Perdoador, Misericordiador.” [33:59]

A razão pela qual as mulheres se devem cobrir é claramente para proteção e reconhecimento, como Allah o mencionou no verso acima. E no verso a seguir do Qur'an é claro em frente de quem é que elas têm que se cobrir.

“E diz às crentes que baixem o olhar e protejam as suas partes privadas e não mostrem os seus ornamentos (corporais e artificiais) – excepto o que deles aparece [rosto e mãos, de acordo com algumas opiniões, e tudo menos uma abertura para os olhos, de acordo com outras opiniões dos sábios] – e que estendam os seus véus sobre os seus pescoços e decotes. E não mostrem os seus ornamentos senão aos seus maridos ou aos seus pais ou aos pais dos seus maridos ou aos seus filhos ou aos filhos dos seus maridos ou aos seus irmãos ou aos filhos dos seus irmãos ou aos filhos das suas irmãs ou às suas mulheres (crentes, parentes ou amigas) ou aos escravos que elas possuem ou aos servos domésticos, dentre os homens idosos privados de desejo, ou às crianças que não prestam atenção, ainda, às partes pudendas das mulheres. E que elas não batam, com os pés no chão, para que se conheça o que escondem de ornamentos. E voltai-vos, todos, arrependidos, para Allah, ó crentes, na esperança de serdes bem-aventurados!” [24:31]

Definição e Descrição do hijab

O Hijab é definido como a vestimenta com a qual a mulher se cobre, escondendo as roupas normais usadas em casa, cobrindo-se desde a cabeça até aos pés, escondendo também a forma do seu corpo.

hijab foi mencionado no ayah (verso) 33:59 acima. Este ayah ordena as muçulmanas a vestir os seus hijab quando estão em frente a pessoas que não são mahram (que não sejam as permitidas no verso 24:31).

Como os Salaf (Companheiros e os precedentes) e outros Sábios definiram o hijab

Ibn Mas'ud disse: 

“O Jilbab é aquele tecido de roupa que é usado por cima do véu.”

Ibn 'Abbas disse, para descrição do hijab, que

“é para ser totalmente embrulhado à volta do corpo da mulher, para nada aparecer a não ser um olho para ver o caminho.” [Tafsir Ibn Kathir]

Al-Qurtubi definiu-o como sendo

“a roupa que cobre todo o corpo...”

Ibn Al-Hazm disse:

"A palavra 'hijab' significa o tecido que cobre o corpo inteiro. Um tecido mais pequeno que aquele que cobriria todo o corpo, não pode ser categorizado como hijab". [Al-Muhalla, Vol 3. P. 217]

Muhammad Ibn Sirin disse:

“Quando eu perguntei a Ubaida Ibn Sufian Ibn Al-Harith o significado deste verso e como o hijab devia ser, ele demonstrou-o para mim puxando um tecido por cima da sua cabeça cobrindo todo o seu corpo, deixando o olho esquerdo por cobrir. Isto estava também na explicação da palavra 'Alaihinna neste verso.” [Comentário por Ibn Jarir e Ahkam-ul-Qur'an, Vol. III, p.457]

Umm Salamah narrou:

"Quando o verso 'que cubram com as suas vestes (Jalabib, pl. de hijab) todos os seus corpos' foi revelado, as mulheres dos Ansar vieram para fora como se tivessem corvos por cima das suas cabeças por estarem a usar as suas vestes."

Al-Qurtubi, explica:

“As mulheres no passado (isto é, antes dos versos sobre cobrir serem revelados) costumavam cobrir as cabeças com o Khimar; atirando as pontas por cima das costas. Isto deixava o pescoço e a parte de cima do peito descobertos, como as cristãs. Depois, Allah ordenou-as a cobrir essas partes com o Khimar.”

Logo, o Khimar tem que cobrir não só o cabelo, mas o pescoço, os ombros e o peito.

Deus diz no Qur'an:

“E que elas não batam com os pés no chão, para que se conheça o que escondem de ornamentos.” [24:31]

As mulheres no tempo da Jahiliah (época pré-islâmica) usavam pulseiras nos tornozelos que eram usadas para chamar a atenção batendo com os pés e fazendo com que as pulseiras fizessem barulho. Isto mostra que esta prática (de procurar atenção fazendo barulho com os pés) é proibida por Allah e também que as pernas e tornozelos devem ser cobertas.

Sobre os pés, isto é clarificado no seguinte Hadith por Ibn 'Umar que narrou:

O Mensageiro de Allah (sallAllahu 'alayhi wa sallam) disse: “No Dia da Ressurreição, Allah não vai olhar para o homem que faz o seu vestuário longo, mostrando orgulho". Umm Salamah então perguntou: "O que é que as mulheres devem fazer com o barulho do seu vestuário?". Ele disse: "Elas que cubram com um comprimento a mais de uma mão". Ela disse: "Os pés delas estariam descobertos!". Ele (sallAllahu 'alayhi wa sallam) disse depois: "Elas que cubram com um comprimento a mais de um ante-braço, mas nada mais que isso." [At-Tabarani]

Segundo este Hadith é claro que a vestimenta usada em frente de não mahrams deve cobrir o corpo inteiro, incluindo os pés.

Assim, das provas acima do Qur'an, da Sunnah e as explicações dos predecessores desta Ummah, podemos concluir que um Jilbab (ou vestimenta que segue as condições do Hijab) deve ser usado por uma mulher muçulmana, por cima das roupas que costuma vestir dentro de casa, quando um não mahram está presente. E estas evidências provam que estar com um véu e roupas consideradas “normais” simplesmente não é suficiente.

Vestimentas tais como abayas ou outras que cumpram as condições do Hijab podem ser usadas quando na presença de não mahrams.

O Jilbab deve ser suficientemente espesso e solto.

O Jilbab deve ser de tecido espesso e opaco, não mostrando a cor da pele, e solto o suficiente, não revelando a forma e o tamanho do corpo da mulher.

Encontramos um severo aviso contra usar roupa transparente ou justa ao corpo no Hadith:

Narrado por Abu Huraira: O Mensageiro de Allah (sallAllahu 'alayhi wa sallam) disse: "Não serei testemunha de dois tipos de pessoas que estão destinadas ao fogo: pessoas com chicotes, como as caudas das vacas, que batem no povo (isto é, tiranos que são inimigos do seu próprio povo) e mulheres que, mesmo vestidas, estão nuas seduzindo e sendo seduzidas, o seu cabelo como as bossas de camelos. Estes não entrarão no Paraíso nem a fragrância deste lhes chegará. E a fragrância chega a uma grande distância." [Muslim]

Os sábios interpretaram o que o Profeta (sallAllahu 'alayhi wa sallam) mencionou “mesmo vestidas, estão nuas” como sendo a mulher que usa roupa que não cobre o corpo de maneira correta.

Al-Qurtubi relata uma narração de 'Aisha em que algumas mulheres de Banu Tamim vieram vê-la, usando roupa transparente. 'Aisha disse-lhes:

“Se são crentes, estas não são as roupas das crentes”.

Mais uma prova de que o Jilbab deve ser suficientemente solto e de tecido espesso é encontrada no seguinte Hadith de Usamah Ibn Zaid que disse:

“O Mensageiro de Allah (sallAllahu 'alayhi wa sallam) deu-me uma roupa copta, um presente que ele recebeu de Dahia Al-Kalbi, e eu dei à minha esposa. Depois o Profeta (sallAllahu 'alayhi wa sallam) perguntou-me: 'Porque é que não usaste a roupa copta?'. Eu respondi: “Ofereci-a à minha esposa'. O Profeta (sallAllahu 'alayhi wa sallam) disse: 'Diz-lhe para usar roupa espessa por baixo dela (da roupa copta) porque temo que possa descrever o tamanho dos seus membros.” [Narrado por Ahmad, Al-Baihaqi e Al-Hakim]

Então, disto tudo, podemos concluir que uma vestimenta justa ao corpo ou calças jeans (por exemplo) que podem, no entanto, cobrir a cor da pele, não são um Hijab aceitável porque revelam o tamanho e a forma do corpo. Adicionalmente, um Jilbab que é suficientemente solto, mas é transparente, também seria rejeitado como Hijab porque não é opaco e espesso e revelaria a cor da pele da mulher.

A cor e o design não devem ser atrativos

O Hijab deve resguardar a mulher e a sua beleza do público e não deve ser algo que a exponha e a torne ainda mais bonita, chamando a atenção. Logo, o Jilbab não deverá ter cores muito fortes e decoradas que chamem a atenção, nem um tecido brilhante ou reflectivo que chame a atenção do sexo oposto.

A prova para isto é o que Allah diz:

“...e não façais exibição dos vossos encantos como a exibição dos Tempos da Ignorância (anteriores à vinda do Islam)...” [33:33]

O Mensageiro de Allah ? disse: “Não proíbam as mulheres servas de Allah de irem às mesquitas de Allah, mas deixem-nas ir sem adornos.” [Abu Dawud]

Logo, a mulher muçulmana é encorajada a usar cores suaves e sóbrias e a evitar Jalabib com designs chamativos, imagens, cores fortes ou qualquer outra coisa que chame a atenção. E o Jilbab não deve ser usado com jóias e/ou perfume. Muitas mulheres usam preto, não porque é obrigatório, mas porque é a cor considerada como mais sóbria e a que é menos usada como adorno.

O Hadith seguinte explica como as mulheres dos Sahabah (Companehiros do Profeta ?) costumavam usar preto: 'Aisha disse: “Depois deste verso (Al-Ahzab, 33:33) ser revelado, as mulheres dos Ansar apareceram como corvos.” [Abu Dawud]

Os sábios interpretaram que “apareceram como corvos” significa que os Jalabib delas eram pretos e sem design.

Também, vestes que seriam consideradas extravagantes de high status ou usadas para afirmar uma posição importante em termos financeiros devem ser evitadas de acordo com o que o Mensageiro de Allah ? disse: “Aquele que vestir roupas extravagantes neste mundo vestirá roupas humilhantes no Dia do Julgamento”. [Ahmad, Abu Dawud]

Não deve ser como a roupa masculina

O Mensageiro de Allah ? disse: “Allah amaldiçoa os homens que imitam as mulheres e Ele amaldiçoa as mulheres que imitam os homens.” [Al-Bukhari] e “O homem que se faz parecer com uma mulher e a mulher que se faz parecer com um homem não são de nós.” [Ahmad e At-Tabarani]


Deve diferir da roupa dos Kuffar (descrentes)

A roupa de um muçulmano não deve ser parecida com a roupa dos que não crêem. Isto é uma regra geral da Shari'ah que não só inclui a vestimenta deles, mas também maneiras, práticas religiosas e festivais, e outros costumes e tradições que são exclusivos aos Kuffar*.

*Nota: "Kuffar" nunca significou "infiéis"."Infiéis" era o que os cristãos chamavam, e chamam, aos que não são cristãos. "Kuffar" é o plural de "Kafir" que significa "descrente". Em nenhuma parte do Qur'an se encontra a palavra "infiel", e se alguma tradução tiver esta palavra, foi uma pobre escolha de palavras.

'Abdullah Ibn 'Amr Ibn Al-'As disse: O Mensageiro de Allah ? viu-me usar duas vestimentas de cor de açafrão, e disse: “De fato, estas são as roupas dos Kuffar, então não as uses”. [Muslim]

O Mensageiro de Allah ? disse: “Quem se parecer com um grupo de pessoas é um deles”. [Abu Dawud]

Por isso, uma mulher muçulmana não se deve parecer com uma freira, por exemplo, em relação à vestimenta, mesmo se a roupa for apropriadamente longa, espessa e solta.

Esperemos que este artigo tenha esclarecido algumas dúvidas, orientado a irmã que quer começar a usar hijab, ou corrigido alguma prática da irmã com boas intenções perante Allah.

Fonte: O Islam

5 Dicas para Continuar a Progredir Após o Ramadan

بِسْمِ اللهِ الرَّحْمٰنِ الرَّحِيْمِ

Em Nome de Allah o Clemente, o Misericordioso

É a manhã seguinte depois do Ramadan. O Takbir à distância soa o chamado para a oração. Os muçulmanos apressam os passos, juntos, gravitando em direção à mesquita. Como é que se sente depois do mês do Ramadan?

Aquele mês sagrado, em que o Shaitan esteve acorrentado e a única coisa que o impedia de dedicar-se às boas ações era a sua alma. E agora, nesta manhã seguinte, como é que as suas ações estão a manifestar-se na sua vida?

Os sábios dizem que o ‘Eid é o rigoroso teste para o Ramadan. O que quer que aconteça no ‘Eid, a forma como a pessoa se comporta, como ela organiza os seus pensamentos, é uma reflexão da forma como o Ramadan se desenrolou para ele ou ela.

O efeito cascata de boas ações vs. más ações é também um sinal revelador de como o Ramadan mudou uma pessoa. Se uma boa ação for seguida de outra boa ação, esta pessoa está dentre aquelas que se comprometaram com sucesso à iluminação espiritual ao longo do Ramadan.

Nunca é tarde demais para se mudar de direção, contudo, e para queles que sentem que foram bem sucedidos ao longo do Ramadan, há certamente uma chance de continuarem no ciclo das boas ações, mesmo depois do Ramadan. Aqui estão algumas dicas para continuar a ser o melhor dos muçulmanos.

Aprecie e Recorde-se da Importância do Jejum

Não há nenhum outro momento como o Ramadan, sendo este o pilar do Islam que nos exige que nos dediquemos ao jejum por um mês. Porém, os benefícios do jejum estendem-se ao longo do ano.

Inicia-se primeiro com os seis dias de Shawwal logo no segundo dia do mês. O Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) disse:

Todo aquele que jejua no mês do Ramadan e segue isso com seis dias de jejum no Shawwal será como se tivesse jejuado por toda a sua vida. [Muslim]

Para além disso, existem outras oportunidades para se jejuar ao longo do ano:

Jejuar três dias de cada mês é equivalente ao jejum por toda a vida. [Al-Bukhari e Muslim]

É bem sabido que o Profeta Muhammad costumava jejuar às segundas e às quintas-feiras já que são nestas ocasiões que as nossas ações são apresentadas à Allah.

Esta é a forma mais simples de se desfrutar da maravilha do jejum fora do Ramadan.

Tome tempo para aperfeiçoar a sua oração

Uma outra parte integral do Ramadan é a oração, principlamente por causa da oração especial do Tarawih (oração noturna).

Rezar o Tarawih é sempre uma experiência humilde já que colocamos as nossas testas tantas vezes no chão e tão tardiamente somente por Deus. E por vezes é também durante o Ramadan que prestamos mais atenção às nossas orações obrigatórias. Este é um bom lembrete de que devemos dar mais atenção ao aperfeiçoamento das nossas orações diárias.

Estude a Sunnah das orações. Os seus movimentos estão corretos? As suas recitações estão corretas? O que pode fazer para alcançar um melhor foco?

O que pode fazer para adicionar aos seus méritos (de acordo com a Sunnah)? Quando fazemos as nossas orações estamos efetivamente a pedir por orientação, algo que nunca devemos deixar de incluir nas nossas invocações.

“Ó Senhor nosso, não desvies os nossos corações, depois de nos teres iluminado, e agracia-nos com a Tua Misericórdia, porque Tu és o Munificiente por excelência." [Qur’an 3:8]

Aperfeiçoar as nossas orações demonstra gratidão para com Deus, porque no Dia do Julgamento as nossas orações serão das primeiras coisas a serem questionadas.

Lembre-se constantemente do Dia do Julgamento

Não existe experiência mais humilde para os muçulmanos do que lembrar-se constantemente do Dia do Julgamento. O Dia do Julgamento não é nenhum rumor; foi detalhadamente registrado em várias narrações Proféticas. É vital lembrar-se do Dia do Julgamento ao longo de todo o ano, mesmo após o Ramadan.

Pensar frequentemente no Dia do julgamento força-nos automaticamente a sermos melhores muçulmanos, a sermos mais consciente das nossas ações, a termos mais cuidado com o nosso comportamento e a sermos mais sensatos na nossa fala.

“Toda a alma provará o sabor da morte e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensado integralmente pelos vossos atos; quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório?” [Qur’an 3:185]

A ideia de uma vida temporária é uma boa lembrança que tal como o mês do Ramadan que passa a cada ano, as nossas vidas também são temporárias. Elas também passam.

Portanto, ainda que amemos o Ramadan por todas as suas bençãos, precisamos trabalhar ativamente nas nossas vidas para que  também sejam repletas de bençãos. Esta é a única forma de alcançar o Paraíso, o mais desejado lugar de repouso na Outra Vida – e alcançar tal prazer seria dedicar-se às boas ações.

Encontre formas de engajar-se frequentemente em boas ações

Que tipo de ações cultivou durante o Ramadan? Gostaria de ter feito mais?

O Profeta Muhammad, que a paz esteja com ele, aconselhou:

“As melhores ações são aquelas que são pequenas mas consistentes.” [Bukhari]

Manter-se consistente em bons hábitos, em boas ações, em ajudar os outros a envolverem-se em boas ações, pagará benefícios a longo prazo. Assim como o Ramadan se vai, tenha em mente este hadith para que toda a caridade que deu durante o sagrado mês não seja em vão.

Todas as palavras amáveis que proferiu continuarão ao longo do ano. E todas as súplicas e dhikr (lembrança) irão se tornar extremamente leves na língua.

Mantenha boa companhia que lhe lembre do Ramadan

Manter boa camaradagem que recomende o bem e proíba o mal é muitas vezes a chave para qualquer dia bem sucedido para um muçulmano. Boa companhia manter-lhe-á a par de boas ações.

Uma boa companhia preservará o Qur’an nos nossos corações, acompanhar-nos-á às aulas religiosas e lembrar-nos-á do Ramadan ao longo ano.

Além disso, uma boa companhia ajudar-nos-ia a desfazermo-nos dos maus hábitos que tentamos quebrar no Ramadan. Enquanto que quebrar esses hábitos no Ramadan seja possível, o verdadeiro teste surge depois do mês terminar: pode mesmo continuar nesse caminho?

Esta é a melhor coisa acerca de se manter bons amigos, permite a troca de ideias, o que leva a um senso de camaradagem, tal como os companheiros que se aconselhavam mutuamente e de forma humilde pela causa de Deus.

O Ramadan vai e vem. Quando vem, é normal para os muçulmanos apressarem-se em realizar boas ações de forma a capitalizar no mês. Quando chega ao fim, um pouco de tristeza se instala talvez até um pouco de preocupação.

Afinal de contas não há nenhum mês como o abençoado Ramadan, onde existe um tipo de proteção para se empenhar em boas ações. Porém, ainda assim existem planos para todos mesmo após o Ramadan. É preciso força de vontade e lembrança constante de Deus para que isso aconteça. E tudo começa no dia seguinte ao Ramadan.


Escrito por:  Maria Zain (que Allah tenha misericórdia dela)

Fonte: aboutislam.net

Fonte da Imagem: jamesaltucher.com 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Súplica contra Depressão


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Pergunta: Há alguma Du’aa para remover a minha depressão?

Resposta: Louvado seja Allah!

Em al-Saheehayn foi relatado a partir de Ibn ‘Abbaas que o Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) costumava dizer, quando ele se sentia angustiado:

“La ilaaha ill-Allaah al-Azeem ul-Haleem, Laa ilaaha ill-Allaah Rabb il-arsh il-azeem, Laa ilaaha ill-Allaah Rabb is-samawaati wa Rabb il-ard wa Rabb il-arsh il-kareem (não há nenhum deus além de Allah, o Todo-Poderoso, o Tolerante, não há deus além de Allah, o Senhor do Trono Poderoso, não há deus além de Allah, Senhor dos céus, Senhor da terra e Senhor do nobre Trono) ”.

E foi relatado de Anas (que Allah esteja satisfeito com ele) que o Profeta (paz e bênçãos de Allah estejam com ele) costumava dizer, quando algo o perturbava:

“Yaa Hayyu yaa Qayyoom, bi Rahmatika astagheeth (Oh Eterno-Vivente, ó Eterno, pela Sua misericórdia eu procuro ajuda). ”

E foi reportado que Asmaa bint Umays (que Allah esteja satisfeito com ela) disse:" O Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse-me: “Não hei de ensinar-lhe algumas palavras para dizer quando você se sentir angustiada? Allaah, Allaah, Rabbee laa ushriku bihi shay’an (Allah, Allah, meu Senhor, eu não associo nada com ele)”.

Foi relatado de Abd-Allah ibn Mas’ood que o Profeta (paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Nenhuma pessoa sofre qualquer ansiedade ou tristeza se diz:

"Allaahumma innee abduka wa ibn abdika wa ibn amatika, naasiyati bi yadika, maadin fiyya hukmuka, adlun fiyya qadaa’uka, as’aluka bi kulli ismin huwa laka sammayta bihi nafsaka aw anzaltahu fi kitaabika aw allamtahu ahadan min khalqika aw ista’tharta bihi fi ‘ilm il-ghaybi ‘andak an taj’ala al-Qur’aana rabee’ qalbi wa noor sadri wa jalaa’a huzni wa dhahaaba hammi”.

(Oh Allah, eu sou Seu escravo, filho de Seu escravo filho da Tua escrava, meu topete está na Sua mão, Seu comando sobre mim é sempre executado e Seu decreto sobre mim é justo. Peço-Lhe por cada Nome pertencente ao Senhor, os quais o Senhor Se nomeou, ou que foram revelados em Seu livro, ou que O Senhor ensinou a qualquer um de Sua criação, ou que o Senhor têm preservado no conhecimento do invisível com o Senhor, que o Senhor faça o Alcorão a vida do meu coração e a luz do meu peito, e uma partida para minha tristeza e uma liberação para a minha ansiedade).

Que Allah  tire sua tristeza e dor, e dê a alegria em lugar.

Al-Kalim al-Tayyib por Shaykh al-Islam Ibn Taymiyah, editado por Shaykh al-Albani, p. 72

Fontes:  http://www.islamqa.com/en/ref/5112/depression 
Tradução:  Danielle Aisha

Limitações Humanas



Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Rasulullah, sala Allahu ‘alaihi wa sallam, disse: “As pessoas permanecerão se questionando e perguntando umas às outras até o dia que será dito: ‘isto é criação de Allah, mas quem criou Allah?’. Qualquer um que se deparar com isso, então, diga: ‘Eu creio em Allah e em Seus Mensageiros’”.

Não é possível responder a perguntas sobre a natureza de Allah, aza wa jal. Este território é um lugar escorregadio e que, muitas vezes, leva ao kufr. Temos sido advertidos sobre a exploração destes assuntos e é recomendado que digamos ‘cremos em Allah e no que nos foi revelado através de Seus mensageiros’; devemos aguardar pacientemente o Dia do Juízo para que todas as nossas perguntas sejam respondidas.

Os seres humanos têm habilidades limitadas: visão, audição, intelecto, etc. Não possuímos as capacidades do Todo Poderoso, louvado seja. Por exemplo, o espectro eletromagnético que podemos ver varia de 400 a 700nm de comprimentos de onda, ou seja, a luz visível. As abelhas, por outro lado, possuem a capacidade de enxergarem radiação ultravioleta nas flores, os que as orienta ao néctar. Cobras são capazes de perceber as radiações infravermelhas que os corpos de sangue quente produzem. E isso prova o quão limitados somos.

Nossas capacidades auditivas também são limitadas entre 20 e 20.000 Hz. Não podemos ouvir sons acima ou abaixo desta gama. Cães, diferentemente, detectam frequências tão altas quanto 45.000 Hz; gatos detectam até 85.000 Hz; morcegos até 120.000 Hz e golfinhos até 200.000 Hz. Enquanto estes são capazes de detectar frequências tão altas, os elefantes podem detectar frequências tão baixas quanto 5 Hz.

Similar é nossa capacidade olfativa. E Allah, subhanahu wa ta’ala, disse: “Ele é Conhecedor do incognoscível e do cognoscível, o Grandioso, o Altíssimo” (Ra’ad: 9).

As nações e povos que nos antecederam costumavam importunar seus profetas e mensageiros com todos os tipos de perguntas, pedindo que Allah, subhanahu, apresentasse todos os tipos de provas. Allah, aza wa jal, disse que isso resultou em respostas que estavam acima das suas limitadas compreensão, experiência e inteligência. Como resultado eles descreram!
Deveríamos refletir sobre os exemplos anteriores e aceitar nossas limitações, sem negarmos a crença em Allah, subhanahu wa ta’ala, apenas porque nossas capacidades atuais não nos permitem compreender totalmente a Sua existência.

Fonte: oislam.org

Dicas para novos muçulmanos Superarem o Isolamento


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Como novo muçulmano você enfrentará muitos desafios, muitos dos quais terão sido enfrentados por outros irmãos que percorreram o mesmo caminho antes de você.
Um dos grandes problemas que a maioria dos novos muçulmanos deve lidar, certa hora, é o sentimento de isolamento.
Eles estão entre dois mundos; eles não se encaixam mais confortavelmente no mundo não-muçulmano e ainda não encontraram seus lugares no mundo muçulmano.
O processo de encontrar um lugar no mundo muçulmano, no qual um convertido se sinta confortável, pode ser um tanto complexo; pode levar tempo e é influenciado por muitos fatores diferentes.
Esses fatores incluem questões como onde vive, sua comunidade local, a possibilidade de suporte local para novos muçulmanos, se é casado (com muçulmano ou não-muçulmano), como se converteu ao Islam, seu entendimento quanto a isso e suas expectativas; e, crucialmente, suas própria personalidade.
Allah
() traz a todos ao Islam no caminho que melhor lhes convém e Ele então, envia-lhes testes para confirmar suas fés. Assim, não existe um caminho certo de fazer o ajuste à nova vida como muçulmano, mas existem algumas sugestões genéricas que podem ajudar a tornar a jornada mais suave.
Ter Expectativas Realistas
É importante que um novo muçulmano tenha expectativas realistas da comunidade em que está entrando.

Embora o Islam seja o modo de vida ideal, os muçulmanos são seres humanos, como os demais. Existem bons e ruins dentre eles, existem os que dão o seu melhor para seguir os ensinamentos da religião e existem os que são muçulmanos nominalmente – como existem também seguidores nominais de qualquer outra religião – que adotam partes dela e deixam outras.
Se um novo muçulmano puder se aproximar da comunidade com este entendimento, isso o ajudará a reduzir sua decepção quando ela não atender às suas expectativas idealizadas.
Uma das coisas mais estranhas que acontecem com muitos novos muçulmanos ao se converterem é que eles subitamente esperam que todos os seguidores do Islam o cumpram à risca. Eles acham que os muçulmanos são como os Companheiros do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e que devem estar prontos a abrirem suas casas para eles, como os Ansar (os ajudantes) fizeram pelos Muhajirum (os seguidores) em Medina. Existem poucos muçulmanos na comunidade que podem ter a capacidade de fazer isso, mas a maioria deles é apenas seres humanos comuns fazendo o melhor que podem.
Dito isso, não é uma desculpa para que a comunidade muçulmana se acomode. Ela realmente precisa dar uma boa olhada para si mesma, especialmente no que diz respeito aos novos muçulmanos. Existem maneiras mais comuns em que os novos muçulmanos são vistos pelas pessoas da comunidade. Por um lado, são vistos com inveja, já que seus pecados passados foram apagados através de sua conversão e, por outro lado, são tratados como inferiores, porque não possuem o histórico pessoal, o conhecimento do Islam e do árabe e, em alguns casos, a mesma linhagem que os que nasceram em famílias muçulmanas. Eles também são vistos diuturnamente como contaminados por suas vidas e cultura passadas, e isso influencia a forma como são conhecidos. A comunidade precisa se policiar junto à religião que segue e ver quais as lições que pode tomar em relação às lições que dá sobre acolher novos muçulmanos a partir de qualquer origem que eles vêm, e não apenas acolhê-los no dia em que se convertem. Ela precisa elaborar formas de incluir os novos muçulmanos nas atividades e fazer com que se sintam bem-vindos, falar na lingua comum em sua presença - particularmente quando é a língua do país em que vivem - e aceitar que muitas partes da cultura do novo muçulmano podem ser mais islâmicas do que as suas próprias e abraçar esses elementos.
Juntar-se à uma Comunidade Convertida
Como novo muçulmano, você irá se deparar com muitos obstáculos. Então, tente encontrar novos grupos de suporte para muçulmanos em sua área, de maneira que você possa encontrar pessoas, dividir experiências e idéias e ter algum tempo social com outras pessoas na mesma situação.
Muitas cidades agora têm algum tipo de grupo de apoio, que pode ou não estar conectado a uma mesquita. Uma busca na internet pode mostrar onde o seu grupo mais próximo está.
Se não achar perto de você um grupo que se reúna regularmente, continue procurando por qualquer maneira que possa para fazer conexão, mesmo que seja por telefone ou Skype, com outros novos muçulmanos. Pode levar um tempo até que você encontre um grupo ou pessoas com quem se sinta confortável, já que para você outras pessoas terão tomado diferentes caminhos, estar em fases diferentes ou mesmo ter entendimentos diferentes do Islam, mas continue tentando. Haverá pessoas iguais a você em algum lugar.
Encontrar novos muçulmanos será mais importante nas fases iniciais depois da tua conversão, e isso certamente te ajudará em sua transição no mundo muçulmano. Depois disso, as pessoas vão para diferentes caminhos; alguns preferem ficar em uma comunidade convertida; alguns se integram completamente em uma ou outra comunidade muçulmana nacional, geralmente os que casam ou emigram; e outros preferem ter ligação com ambos. Não existe uma maneira certa para todos, desde que o caminho que você escolha te ajude a ser o melhor muçulmano que puder. Tome-o, a escolha é tua.
Encontrar Grupos Islâmicos Locais
Será por tua conta, como um novo muçulmano, dar muitos dos primeiros passos para encontrar diferentes mesquitas e grupos islâmicos na sua área. Pode ser um tanto quanto confuso no início, já que você deve ouvir pessoas diferentes dizendo coisas diferentes e cultuando de formas diferentes da maneira que você aprendeu originalmente, mas isso é apenas parte da rica diversidade na comunidade muçulmana, algumas das quais são permitidas por diferentes escolas de pensamento, outras são culturais. Pode ser tentador ir lá e criticar as pessoas – o que é algo que os novos muçulmanos têm sido tentados a fazer em seus entusiasmos iniciais pelo din – mas nas fases iniciais é melhor manter a mente aberta e tentar entender as diferenças.
Também é bom nesta fase achar um professor ou alguém por quem você se sinta feliz em buscar opinião. Pode ser alguém de um novo grupo muçulmano, da mesquita ou a pessoa com quem falou quando você inicialmente aprendeu sobre o Islam. As diferenças na comunidade podem ser confusas; seria muito mais simples se todos fossem iguais, mas esse é o modo como a comunidade cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos.
Conforme você também cresce e se desenvolve no Islam, você vai achar certos grupos mais confortáveis do que outros, o entendimento de certas pessoas estará mais alinhado com o teu e, eventualmente, você encontrará o teu próprio caminho. E está tudo bem, desde que você se mantenha dentro da esfera islâmica, e suas crenças e práticas sejam de acordo com os ensinamentos islâmicos; tem espaço para algumas diferenças de opinião hoje em dia, como havia nos primórdios do Islam.
Tornar-se parte da Comunidade da Mesquita
Dependendo de onde você mora, ir à mesquita local pode ser um verdadeiro desafio, especialmente se você não tiver com quem ir e ainda não está certo sobre como rezar; os irmãos geralmente acham isso mais fácil do que as irmãs. Você pode ser confrontado com pessoas que parecem conhecer umas às outras, que estão todos falando uma variedade de línguas estrangeiras diferentes e te olham desconfiadamente logo que você chega.  
Então, antes de ir à mesquita, respire fundo, pense positivo e entre com um sorriso; sua recepção será muito diferente se você entrar com esse estado de espírito do que se você entrar parecendo nervoso e tímido.
Antes ou depois da oração ou Khutbah (sermão de sexta-feira), tente achar ao menos uma pessoa para conversar sobre qualquer coisa. Inicie uma conversa perguntando simplesmente questões em aberto, sobre ele, a comunidade ou a mesquita. Isso será mais fácil se estiverem sozinhos, já que ele pode estar esperando que alguém fale com ele também. Pode levar tempo para desenvolver relações com as pessoas na mesquita, mas se você continuar indo e continuar conversando com as pessoas, inshaAllah você, eventualmente, se tornará parte dessa comunidade. Isso pode parecer difícil e seria mais fácil se as pessoas assíduas dessem o primeiro passo, e será ótimo se o fizerem, mas não espere que isso aconteça dessa maneira.
Manter Boas Relações com a Família e Amigos não-muçulmanos
É importante tentar ser eficaz na melhor maneira de manter uma boa relação com a tua família não-muçulmana. Temos o exemplo na maneira que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) sempre tratou seu tio, com o maior respeito e aceitou sua ajuda, mesmo que ele tenha se recusado a aceitar o Islam.
Temos também exemplos do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) negociando com não-muçulmanos e se preocupando com o bem estar deles, especialmente seus vizinhos, mesmo quando não mostraram nenhum respeito ou gentileza. Você não pode dizer a qual coração Allah abrirá um dia, e seria melhor se pudesse ser parte disso através do teu exemplo.
A tua família não-muçulmana e vizinhos têm tantos direitos sobre você, então é importante que os trate gentilmente, desde que eles não te encorajem a fazer algo que seria contra as ordens de Allah. E existem tantas coisas que vocês ainda podem fazer juntos, se houver boa vontade de ambos os lados; você não tem que abandonar tudo da tua vida antiga assim que aceita o Islam, apenas faça algumas modificações.
Lidar com Sérios Desafios
Às vezes, porém, não importa o quão duro você tente, o quão cuidadoso seja ou quanto apoio tenha, você ainda pode se esbarrar com sérios desafios com os quais você não pode lidar sozinho ou que a sua rede local não pode ou com os quais não está disposta a ajudá-lo. Lamentavelmente, essas situações ocorrem tão comumente que estão sendo identificadas nacionalmente.
Fonte: http://aboutislam.net/

Arrependimento


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Mesmo que a pessoa tente fazer o melhor para purificar sua alma, pode ser que fraqueje, pois a natureza do ser humano é propensa às fraquezas esporádicas. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “Toda a humanidade comete pecados, de forma contínua. As melhores pessoas dentre aquelas que cometem pecado regularmente são as que se arrependem com freqüência”.
Sem dúvida, a questão não termina quando uma pessoa fraqueja e peca. Desde que esta pessoa não chegue às portas de sua morte, o arrependimento será sempre possível e acessível a ela. Não deve se desesperar, pois sempre haverá a possibilidade do arrependimento e do pedido de perdão, ante Allah (), dos pecados e transgressões que houver cometido. Allah () disse claramente: “Dize: Ó servos meus, que se excederam contra si próprios, não desespereis da misericórdia de Allah; certamente, Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordioso.” (Zumar: 53).

O verdadeiro arrependimento inclui: deixar de cometer o pecado antes cometido; sentir remorso e ter a intenção sincera de não cometer tal pecado novamente. Sem estes componentes, o indivíduo não demonstra a Allah () que está completa e sinceramente arrependido. O arrependimento é o verdadeiro retorno ao serviço e adoração a Allah () – o que é o propósito dos seres humanos neste mundo.

Ibn Taimiyah ressaltou, de forma clara, que é muito mais importante se arrepender de crenças equivocadas que se arrepender de maus pensamentos ou sentimentos. Ele explica a razão deste argumento: “Se alguém não realizar uma ação obrigatória ou cometer um pecado, crendo na sua obrigatoriedade [em relação ao primeiro] ou na sua maldade [em relação ao segundo], então a sua crença o poderá levá-lo a realizar o ato obrigatório e o afastar do pecado. Não haverá nada que esteja, constantemente, impulsionando ou prevenindo-o a realizar tais ações. Certamente, as forças que o impulsionam ou apartam estarão em choque. Isso significa que, às vezes, uma superará a outra e vice-versa, e sua alma estará cuidando desta dita pessoa. Algumas vezes realizará as ações obrigatórias e outras, não. E, às vezes, cometerá pecados, enquanto outras, não. Este é o caso de muitos muçulmanos pecadores que, por vezes cumprem com suas obrigações e outras, não. E que, algumas vezes, pecam, outras, não; ou que, devido a seus desejos, contradizem com o que há em seus corações [quer dizer, tanto o desejo de fazer o bem, como o desejo de fazer o mal se encontram presentes em seu coração e competem entre si]; já que em seu coração residem as bases da fé que o obriga a fazer o bem e afastar do mal. Sem dúvidas, ele também sente paixão e luxúria, o que o impele a seguir na direção oposta.  Mas, se a pessoa realiza ações que [equivocadamente] crê obrigatórias ou deixa de realizar alguma ação porque crê ser proibida, as forças que o impulsionam a deixar ou a realizar a ação serão uma constante em seu coração e isso é muito mais importante que o primeiro caso [mencionado no parágrafo anterior]. Também pode ser muito mais difícil que o primeiro caso, se não existe nada que o leve a se afastar destas crenças falsas, já que a pessoa no primeiro caso possui uma força que o impulsiona a se afastar do pecado...”
Na realidade, cada vez que uma pessoa comete um pecado, está se distanciando de Allah (), como é mostrado claramente no hadith citado antes e que diz que uma pessoa se aproxima de Allah () pelo cumprimento de suas obrigações e, também, dos atos voluntários. Se este fosse o caso, o crente deveria, de forma imediata, tentar se purificar do efeito negativo que qualquer pecado tenha deixado. Isso pode ser alcançado deixando de cometer pecado e voltando a Allah (), arrependendo-se ante Ele e buscando Seu perdão. É verdadeiramente comovente ver como, no mesmo conjunto de versículos, Allah () fala sobre os crentes que cometem faahishah (atos vergonhosos) e prejudicam sua alma e, ainda assim, descreve-os como habitantes do Paraíso. O ponto crucial é que deixem de pecar e que busquem, com vontade, o perdão de Allah. Allah () disse: “Que, quando cometem uma obscenidade ou se condenam, mencionam a Allah e imploram o perdão por seus pecados – mas quem, senão Allah perdoa os pecados? – e não reincidem, com conhecimento, no que cometeram. Para estes a recompensa será uma indulgência do seu Senhor, terão jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Quão excelente é a recompensa dos diligentes!” (Al ‘Imran: 135-136).

Efetivamente, Allah () se compraz quando o servo se arrepende. Através do arrependimento o servo prova a sua crença em Allah, o Compassivo, Benevolente e Misericordioso. Também mostra a sua vontade, no fundo de sua alma, de não contrariar Allah ou afastar-se do que O agrada. O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) afirmou que: “Allah se regozija mais pelo arrependimento de Seu servo crente que regozija uma pessoa que se encontra no deserto, deixa seu alimento e bebida sobre seu camelo, dorme e, ao despertar descobre que o camelo escapou. Busca-o até se encontrar tomado pela sede. Então pensa: ‘Devo regressar ao lugar onde me encontrava e dormir até morrer’. Coloca sua cabeça sobre sua almofada, pronto para morrer, então desperta e encontra seu camelo com suas provisões, inclusive sua bebida e sua comida. Allah se regozija muito mais pelo arrependimento do servo crente que esta pessoa por haver recuperado suas provisões.” (Muslim).

O maior prazer de Allah () é a recompensa especial pelo arrependimento. De fato, quando o crente toda consciência deste fato e o absorve, o impulso pelo arrependimento de todos os seus pecados e deslizes se torna algo muito forte em seu coração.

Não é possível exagerar na importância do arrependimento para a purificação da alma, porque esta é a última etapa do ser humano para com seu Senhor. É aqui que Ele remove as manchas e impurezas de sua alma, para que, assim, sua alma esteja preparada para entrar no Seu Paraíso.
Sem importar o quão devota seja a alma, indubitavelmente, existirão deficiências em relação aos direitos de seu Senhor. Estas deficiências, muitas das quais já foram analisadas ao tocar no tema da contemplação – já que há uma forte relação entre a contemplação e o arrependimento, incluem as seguintes:
1) Muitas vezes (se não sempre) os atos de adoração e obediência, de uma pessoa para com Allah (), não alcançam seu potencial máximo. Certamente, estar muito satisfeito com os próprios atos de adoração é algo extremamente perigoso para a alma. Os que são realmente conscientes de sua relação com Allah () ficam muito ansiosos para buscar o perdão de Allah (), depois de realizar um ato de adoração. Entendem que tiveram alguns defeitos em seus atos de adoração, como, por exemplo, não estar completamente em harmonia com suas orações. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) ensinou os crentes a pedir o perdão de Allah (), por três vezes, assim que finalizassem as orações obrigatórias. Esta prática reflete o fato que todos podem cometer erros, inclusive em seus atos de adoração.

2) O crente nunca será capaz de agradecer a Allah () por todas as bênçãos que Ele o concedeu, sem levar em consideração o quão obedientes são. Por exemplo, como uma pessoa pode agradecer completamente a Allah () por Suas bênçãos, como a de ter-lhe dado a vida? Por isso a pessoa deve se arrepender diante de Allah () por sua falta de capacidade de agradecê-Lo completamente ou de forma suficiente.

3) Pode acontecer do muçulmano “fazer para se mostrar” (rijaa) em algumas de suas ações. Se este for o caso, ele deve, definitivamente, arrepender-se frente a Allah ().
Até os mais devotos devem buscar sempre o arrependimento e o perdão de Allah (). Ibn Taimiyah escreveu: “O servo se encontra sempre entre uma bênção de Allah que requer seu agradecimento e um pecado que requer a busca do perdão. Por necessidade, ambas as circunstancias estão dentro do mesmo servo. Constantemente ele recebe bênçãos e gratificações de Allah e sempre está cometendo faltas na necessidade de se arrepender e buscar o perdão. Por esta razão, o chefe de todos os seres humanos e o líder dos devotos, Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) buscava o perdão em todas as situações”.

O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) costumava arrepender-se ante Allah e buscar Seu perdão mais de cem vezes por dia (registrado por Muslim).
Além de purificar os pecados de uma pessoa, o arrependimento sincero é um importante ponto na purificação da alma. Por exemplo, ajuda a pessoa a se prostrar verdadeiramente ante seu Senhor. Quando reconhece suas fraquezas e pecados o crente se dá conta de que não há outra saída além de recorrer a Allah () humildemente, buscando o perdão por seus erros. Isto o aproxima de Allah (), mesmo que o que o tenha levado a esta situação tenha sido um pecado cometido (dessa forma, grande é a misericórdia e graça de Allah).
Enquanto aceita seus pecados (através da obrigação de prestar contas deles) e se arrepende sinceramente, percebe o quanto se afastou do caminho certo e seu coração, sincera e humildemente, tenta se submeter completamente a Allah (), da forma adequada e de acordo com suas possibilidades.

O arrependimento é uma porta que sempre se encontrará aberta para que a pessoa retifique sua forma de fazer as coisas.
Sem considerar quão maldosa a pessoa se tornou ou quantos pecados tenha cometido, não existem desculpas para que não encaminhe sua vida e tente purificar sua alma.
As palavras de Allah () funcionam como uma poderosa lembrança (por exemplo, mencionando aqueles que queimaram vivos os crentes no incidente analisado na surah al Buruj. Allah disse sobre eles: “Sabei que aqueles que perseguem os fiéis e as fiéis e não se arrependem, sofrerão a pena do inferno, assim como o castigo do fogo.” (Buruj: 10).

Obviamente, a porta do arrependimento está sempre aberta para qualquer pecador e, antes disso, não se deve desesperar. Desta maneira, uma vez que a pessoa se encaminhe, com a permissão de Allah (), não permitirá que suas ações passadas dificultem sua aproximação de Allah (), através da realização de ações religiosas.

Alguns sábios discutem que o estado que sucede o arrependimento deve ser melhor que o anterior, já que, ao haver experimentado o pecado, a pessoa deve se dar conta daquele mal e, assim, aproximar-se de Allah (), com o coração aberto e comprometendo-se a mudar sua vida. Desde que uma pessoa modifique sua vida, não há necessidade de recordar seus pecados como um “mal necessário” para sua futura purificação espiritual.

A pessoa aprende uma importante lição e estas circunstâncias ajudam-na a se recompor – e isso jamais seria possível sem a experiência do arrependimento, arrependimento este que eleva sua alma através do prazer de retornar ao seu Senhor.
Texto adaptado do livro Dalil al Muslim al Jadid, Zarabozo